Não é uma coisa muito recente, e mesmo trabalhando quase cem por cento do dia dentro do mundo virtual, acredito e confirmo todos os males que causa na vida das pessoas - em especial, jovens e adolescentes. A chegada dos aplicativos de relacionamentos mais dinâmicos, as empresas e agências cada vez mais saturando e criando novas estratégias de marketing para poder atrair essa atenção [do público jovem] tão disputada pelas redes sociais que ainda pretendem (e continuarão!) engolir a realidade. É uma questão gigantesca por trás de tudo isso, e mesmo sendo extensa, complexa e nada fútil, irei falar sobre da mesma maneira, pois tudo que estamos vivendo virtualmente influencia na nossa maneira de ser e agir na realidade.
Acredito que a maioria das pessoas já flertaram na internet - isso é o que mais acontece dentro das redes sociais, afinal, quem nunca se encantou por alguém que recém conheceu ou desejou conhecer mais através de uma conversa (também virtual) à fim de gerar uma intimidade dali mesmo. E esta é a arte de flertar. Conversam por dias, até semanas, fazem planos para quando se conhecerem - mesmo morando muito próximos. Até chegar um determinado momento em que os defeitos, as inseguranças e expectativas medrosas são postas em jogo por ambos. Essa é a parte mais intensa, profunda e vergonhosa para todos - como tinha dito, a virtualidade incentiva e influencia a nossa maneira de ser e agir, e no mundo digitalizado, parece que não há espaço para o que é real, que é considerado como imperfeito aos olhos da sociedade. Enquanto os jovens são educados de maneira completamente ilusória pela indústria pornográfica.
A popularidade de redes sociais como Facebook, Instagram, Facebook e Youtube, gerou de maneira indireta, a ansiedade em muitos de nós que não conseguimos desgrudar por muito tempo dos nossos celulares, ou ter comportamento abusivo durante uma conversa que a outra pessoa demore para responder - além de ser completamente egoísta. Este foi um dos fatos que a internet nos causou. Mas vamos voltar para a raiz do que pretendemos: o flerte. Tudo bem, todos nós podemos nos relacionar da maneira que preferirmos, mas há sim uma questão problematizadora dentro de todo ato de conquistar, conversar, conhecer a pessoa e os seus mais profundos desejos, sonhos, medos e inseguranças. Realmente, plantar uma paixão. Mas não dá nenhum resultado, nenhum fruto, nenhuma esperança de um relacionamento concreto e real.
Plantar um relacionamento em alguém, não tendo a intenção de durar, é algo que deve debatido e detalhado dentro de toda a arte de flertar. Mas também um ato que deve ser informado. Estamos sendo educados a querer o tempo inteiro por novidades, atualizar tanto o seu feed quando a sua maneira de viver. Adotar novos hábitos - sempre ligado à novidades.
É este o problema de flertar: não permanecer.
Mas vale lembrar de que não somos computadorizados, que não podemos apagar simplesmente clicando/apertando um único botão, ou digitar uma linha de código nova para realizar novos atos sem ao mesmo pensar sobre os prós e contras desta ação. E como seres humanos, sentimos necessidades de sentir a intensidade de amar, transar, estar ou ser, e socializar com outras pessoas. Sentimos vontades de realizar atos de dor ou prazer o tempo inteiro. Flertar pode não ser uma boa ação quando não gera frutos, mas é uma necessidade gerada à partir da fixação que temos dentro da internet, somos influenciados a partir de um lado à outro, a desgostar de uma pessoa que faz parte do nosso cotidiano de flerte como se fosse uma música que detém da estratégia de gerar mais e mais visualizações, saturando os seus ouvidos.
Eu sinto que criaram dentro dos jovens da minha geração estão funcionando da mesma maneira que os algoritmos digitais: atualizam seus sentimentos e conteúdos a todo momento. A intoxicação virtual está afetando todos nós e isso gera problemas permanentes como a depressão profunda, a solidão interpretada de acordo com a falta de chats abertos e em completa ação, e a ansiedade em querer tudo na mesma velocidade que a internet funciona no seu computador e smartphone.
E dentro desta solidão que nos pertence, leva à necessidade de estar suprindo sentimentos momentâneos causados pela intoxicação virtual que nos afeta. A necessidade de nos sentir amado por algum momento, até o feed sentir a necessidade de ser atualizado novamente. O lixo virtual nunca vai sair de todos nós se não fazermos uma desintoxicação: sair do virtual, ler um livro, conversar com as pessoas, fazer terapia, deixar a necessidade de estar atualizado na internet e passar a viver mais o mundo presente. Não é uma tarefa fácil, mas aos poucos dá para realizar. A mania de flertar incansavelmente pode ser suprida por outros sentimentos que as redes sociais (ainda) não suprem com facilidade e nos deixa dependente de fazer somente o mais fácil.
A internet tem mudado mesmo a nossa forma de criar e nutrir sentimentos momentâneos, não existe mais tanta expectativa de encontrar a pessoa certa e sim o like certo. Está ficando estranha essa nova era digital.
ResponderExcluirwww.coisasdepriscila.com
Instagram l Beijo.
Nos encontramos toda seg, qua e sex.
Oi Priscila, em contra-mão temos as empresas preservando e nutrindo seu público-alvo para poder mantê-los satisfeitos e partindo da qualidade poder proliferar a sua popularidade. Acredito que o que estamos aprendendo na internet é totalmente o oposto do que realmente é.
ExcluirBeijos do Deivy!
Bela reflexão. Que possamos viver os verdadeiros sentimentos.
ResponderExcluirBom restante de semana!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Exato, Emerson.
ExcluirBeijos do Deivy!