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18 maio 2018

Sim, rótulos importam!

Em meio a tantos acontecimentos, avanços e retrocessos que a nossa sociedade vem sofrendo, os rótulos acabaram sendo vistos como desnecessários para definir-te em algo, um novo manifesto surgiu para que as pessoas não precisem de uma palavra para se apresentarem a alguém, ou simplesmente, não sentir-se somente este algo, diminuído a tal e encaixado há somente uma coisa. O que é muito legal, as pessoas não sentirem necessidade de possuir uma palavra para poder entender quem é e como funciona os seus sentimentos. Mas eu sou um pouco do contra e senti a necessidade de compartilhar o meu lado sobre isso.

ele vai ser

Quando eu tinha por volta de 7/8 anos, ouvia somente uma coisa ao meu respeito por parentes e amigos próximos aos meus familiares: ele vai ser! E me perguntava sempre o que iria ser, mas logo deixava para lá, preferia acreditar de que iria ser feliz, alegre, divertido e amado. Era algo repetitivo e acontecia nos momentos de ausência de familiares mais próximos a mim. Me intrigava, intimidava e me angustiava por querer saber o que de fato eu iria ser, e precisava me encontrar em meio a tantas palavras preconceituosas ao que de fato se aproximava a quem sou. A medida que o tempo ia passando, mais essa frase me perseguia e mesmo sem ter ideia do que significava para mim, doía, me controlava na maneira de ser e agir perante as outras pessoas, me fazia ficar tímido e oprimido dentro da minha própria família e ciclo de parentesco próximo. E eu estava lá, procurando o que de fato eu iria ser.

Cheguei aos 11 anos, e tudo que me restava era procurar a única arma que derruba qualquer estrutura: o conhecimento. Encontrei nele tudo que me fazia bem, os meus gostos, meus ódios, sonhos, desejos, vontades e principalmente, a única definição do que eu iria ser, tinha plena certeza do que estava me aguardando para o futuro e que sim, poderia responder a pergunta de todos aqueles que me olharam torto e com ar de dó pelo que iria vir a me tornar: feliz! De fato, vivi uma felicidade inabalável quando pequeno, minha saúde mental nunca foi afrontada por sentimentos ruins que me consumiam por inteiro, apresentando um novo eu, um Deivyson Luan completamente novo e que viria despertar cada vez mais pro futuro próximo. E tive que descobrir isso sozinho, a única coisa que tive certeza durante todo esse tempo foi que: eu iria ser, mesmo quando eu já era há muito tempo.

https://goo.gl/forms/ribrHXk1dF2WF04B2
Eu poderia ter me poupado de muitas tardes isolado, num canto escuro. Poderia ter contado com meus amigos para que me livrasse de momentos tristes e doloridos que essa frase me proporcionou. O 'viado' que a sociedade julga não era a referência que me agradava, era demonizado, odiado e super estereotipado. Eu queria ser amado, acolhido e confortado, eu só queria saber que sou gay o mais rápido possível para me livrar de um peso na consciência enorme.

o problema social

De maneira alguma culpo as pessoas que não sentem a necessidade de se encaixar dentro de um termo para ter uma identidade, identificar-se com um grupo especifico e poder ser feliz desta maneira, sem necessitar de uma palavra. Mas de fato, para algumas pessoas, esta palavra importa. E quando não é compartilhada, repassada, bradada pelos quatro cantos do mundo para que alcance essas pessoas e diga a elas que: está tudo bem!, só teremos mais e mais números de adolescentes, adultos e idosos frustrados com o mundo e a si próprio.

Os rótulos importam, mas não quer dizer que precisa da sua importância, mas precisa do teu respeito e da sua compreensão!

8 comentários:

  1. Olá Deivy!
    Que postagem mais top!
    Gostei dos seus argumentos, me identifiquei com algumas coisas!
    Ainda me sinto um pouco mal, quando eu digo o que eu quero ser!
    As vezes parece o que eu pretendo ser, nunca será bom o suficiente para eles!
    Não sei como reagir quando digo quero ser tal coisa, e dizem ata, legal, mas você poderia escolher ser algo melhor! Isso me deixa muito triste!

    Tenha uma semana ainda mais abençoada!
    xoxo, Pam!

    https://palomari.blogspot.com/

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    1. Oi Paloma
      Sempre seremos julgados por sermos blogueiros, trabalhar com internet e passar a maioria do tempo na internet. Mas nada vai para frente se não por nós mesmos.

      Beijos do Deivy!

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  2. Nossa Deivy, emocionante o seu depoimento. Fico triste por saber o que você passou numa idade tão jovem, mas feliz em ver como você superou esse isolamento e como está se saindo tão bem hoje. <3

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    1. Oi Camila
      Muito obrigado por todo carinho e apoio aqui no blog. Sim, fico triste por jovens como eu estar sofrendo diariamente com isso por motivos que deveriam ser visto como naturais e nada de anormal.

      Pena que não é assim,
      Beijos do Deivy!

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  3. Sempre quando alguém julga meu menino por querer usar meus sapatos ou mexer nas minhas maquiagens, pergunto - E se for? O que você tem a haver com isso? Vou amar e respeitar da mesma forma que agora. - É fácil rotular uma criança e dizer se vai ser isso ou aquilo, quem vai decidir não vai ser a gente e sim eles, o texto ficou maravilhoso, parabéns!

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    1. Oi Reh
      Fico triste em ver que crianças sofrem por isso sem nem terem noção de quem são, do que fazem e estão somente sendo você mesmo no meio familiar que se sente confortável e protegido.

      Beijos do Deivy!

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  4. Bela reflexão! Seja o que você tiver vontade de ser e o que te deixa confortável.
    Boa semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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